Exposição: Saudade e o que é possível fazer com as mãos – Raquel Versieux

A galeria do CCBNB Cariri irá apresentar a exposição “Saudade e o que é possível fazer com as mãos”, com obras realizadas entre março e setembro de 2016, da artista mineira Raquel Versieux. Nascida em Belo Horizonte, em 1984, Raquel Versieux  mudou-se para o cariri em 2016, onde é professora do Curso de Licenciatura em …




Artes Visuais, Cultura

A galeria do CCBNB Cariri irá apresentar a exposição “Saudade e o que é possível fazer com as mãos”, com obras realizadas entre março e setembro de 2016, da artista mineira Raquel Versieux. Nascida em Belo Horizonte, em 1984, Raquel Versieux  mudou-se para o cariri em 2016, onde é professora do Curso de Licenciatura em Artes Visuais da URCA. No momento se prepara para participar do 36º Panorama da Arte Brasileira, que acontecerá no Museu de Arte Moderna de São Paulo, que tem como temática “sertão”, com abertura em 17 de agosto.

As obras que serão apresentadas no CCBNB cariri foram produzidas em 2016, a partir de sua recente experiência nas cidades de Juazeiro do Norte, Crato, Barbalha e Santana do Cariri, no Ceará. “Essas experiências fizeram com que a artista travasse contato com novas concepções em torno da relação entre imagem, natureza e cultura.

No chão da galeria, estará a instalação “Quenga coco loco”, composta por cerca de duzentos cocos secos com traços de queimada, e outras cascas ou “quengas” de coco, resíduo do consumo da artista. Nesta versão da obra, a artista fará uma performance coletiva, convidando o público a trabalhar com o barro, usando as quengas como molde. A escolha do coco é proposital, a artista o utiliza como “signo de uma história da paisagem que precisa ser constantemente revista e recontada a partir de experiências atuais”.  

A exposição terá, também, cinco versões da obra “Coração seguro”, escultura feita em metal com 1,20m de altura. No topo dela há uma pedra vermelha bem característica da região do Cariri, uma rocha sedimentar do tipo “Arenito da Formação Exu”, que tem 96 milhões de anos. Essa pedra é usada no calçamento de muitas cidades do cariri, no revestimento de muros, e também está presente na fundação das casas. “A coloração avermelhada me faz lembrar um pedaço de carne viva, ou um coração. Criei a escultura de forma que a pedra ficasse na altura do meu coração”, diz a artista. Essas esculturas estarão expostas na mostra e também haverá uma fotografia delas feita por Raquel Versieux, com a chapada do Araripe ao fundo.

Na exposição estarão, ainda, oito fotografias, que retratam a paisagem e o uso da terra. A artista destaca que os trabalhos têm uma relação entre si, não só por tratarem da saudade, mas também pela relação entre imagem, natureza e cultura. “A saudade a que me refiro não é só minha, mas também uma saudade do material com o qual trabalho. Penso na saudade que uma pedra é capaz de sentir ao ser quebrada, por exemplo, é uma saudade pré-histórica, de outros tempos, outras cosmologias, e estamos precisando tanto aprender com isso para resistir no nosso presente”, conta a artista.

É importante ressaltar que a exposição da artista no CCBNB Cariri estava prevista para acontecer no início de julho, mas foi cancelada ao final do mês de junho, quando foram anunciados cortes de 35% da verba anual dos Centros Culturas do Banco do Nordeste. Até o momento, apenas parte da programação de julho foi relocada para agosto e não há previsão de programação para setembro até o fim do ano. Artistas locais estão organizados no movimento FICA CCBNB, em ato de resistência e em busca de maiores esclarecimentos.

SOBRE A ARTISTA

Raquel Versieux nasceu em Belo Horizonte, em 1984. Artista Visual, Professora e Pesquisadora. Dentre suas principais exposições individuais estão a mostra “Antes da última queima”, na Galeria de Arte IBEU, em 2015; “When the houses live”, na Six Galerija, na Croácia, e “A feira da incoerência”, na galeria Athena Contemporânea, ambas em 2013.

Dentre suas principais exposições coletivas estão “Pavilhão Casa França-Brasil” (2016); “Aparição” (2015), na Caixa Cultural Rio de Janeiro; “Encruzilhada” (2015) e V Mostra/ Programa Aprofundamento, ambas na EAV Parque Lage; “Em desencanto” (2014), no Museu Mineiro, em Belo Horizonte; “Encontros Carbônicos” (2014), no Largo das Artes; “Imaginário (2013), no Museu de Arte do Rio; “Fronteiras (2013), no Espaço Cultural Sérgio Porto, no Rio de Janeiro; “Convite à viagem: Rumos Artes Visuais 2011 – 2013”, no Paço Imperial, Rio de Janeiro; “Entrecruzamentos” (2013), na Galeria Athena Contemporânea; “Á deriva: Rumos Artes Visuais 2011 -2013”, no Museu de Arte de Joinville, “Deslocamento F(R)Icção” (2012), no Galpão Capanema – Funarte, no Rio de Janeiro; “Perpendicular Fortaleza” (2012), no Centro Cultural Banco do Nordeste, em Fortaleza; “Convite À Viagem: Rumos Artes Visuais 2011-2013”, no Itaú Cultural, em São Paulo; “Mostra Energias na Arte Edp” (2010), no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo; “Hélio Oiticica: Museu É o Mundo”, no Itaú Cultural, em São Paulo, entre outros.

Serviço: “Saudade e o que é possível fazer com as mãos”, de Raquel Versieux Abertura: 01 de agosto 2019, das 18h às 21h
Exposição: 2 de agosto a 15 de setembro de 2019
CCBNB Cariri
R. São Pedro, 337 – Juazeiro do Norte
Telefone: (21) 2513.0703
De terça a domingo, das 13h às 21h
Fechado às segundas Entrada franca