Então vamos começar a festa! As Anjas

Em 2003, um estudante do curso de Letras da Universidade Regional do Cariri juntou 8 jovens atrizes para montar um espetáculo teatral. O texto em questão era a comédia do …




Teatro

Foto de Divulgação da estreia. Nívea Uchoa 2003

Amélia, a mulher de verdade. Paula Mineia

Em 2003, um estudante do curso de Letras da Universidade Regional do Cariri juntou 8 jovens atrizes para montar um espetáculo teatral. O texto em questão era a comédia do Fortalezense Ueliton Roccon: As Anjas. Então, nominalmente, Mauro César convidou o elenco, montou, dirigiu e em quatro de dezembro de 2003 no Salão de Atos da URCA estreou a montagem despretensiosa que mudaria a vida dos envolvidos. As atrizes, na sua maioria não se conheciam, no máximo já havia cruzado pelos corredores do Centro de Humanidades do Campus do Pimenta. O talento da equipe arrancou risos e gerou convites e o grupo de desconhecido virou companhia teatral.

Afonsina. Rita Cidade

As Anjas criaram uma legião de fãs e arrastou multidão por onde passaram. Colecionou vários prêmios e ainda hoje gera uma nostalgia agradável em que assistiu.

Pegamos alguns depoimentos:

“Assisti a peça em um Overdoze da Mostra Sesc às 4h da manhã, talvez a mais de uma década. Vi As Anjas no teatro do Sesc Crato e certamente foi um espetáculo que me abriu os horizontes no que diz respeito a teatro. Uma das primeiras experiências cênicas e certamente uma das mais importantes” Alexandre Xamex Produtor Cultural

“Eu acho uma peça maravilhosa, divertida e cativante. Era muito bom ver as meninas em cena interpretando com tanta naturalidade, mesmo que no início ninguém era profissional e ainda assim faziam tudo com tanta vontade que ficava tudo muito bom” Patricia Gomes – Servidora Pública

Eulália. Erika Souza

“Lembro de nem conseguir encostar os pés no chão quando sentava numa cadeira da plateia pra vê-las. Invariavelmente eram os ensaios antes das apresentações, a organização do palco, a festa de sempre. Pelo menos eu sempre sentia ser uma festa por ser sempre recebida com abraços e sorrisos. Eu era bem pequenininha e ainda assim decorava falas inteiras e até ensinava pra uma amiga da escola, na época ensino fundamental, pra que ela ficasse repetindo comigo. Eu queria ser uma Anja quando crescesse.
Lembro de uma vez, numa segunda sessão acho que inesperada, no Teatro Raquel de Queiroz, que eu por ter ido tão cedo, já cansada, cochilei na cochia. Lembro de Mifilho* chegar em casa depois de uma segunda sessão no BNB, noutro dia que só vi a primeira, dizendo ter sido uma das – senão a melhor – apresentações que ele já vi(ve)u. Lembro desses dias, dos improvisos, dos risos nos quatro cantos do palco e fora dele e fico feliz. E tem também um monte de coisas que não vivi de corpo presente mas que eu quase podia sentir só pelo entusiasmo e amor de Mifilho ao me contar.

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Penha. Irany Vieira

E algumas situações ele não contou só uma ou duas vezes, mas fossem mil nós cairíamos na gargalhada todas as vezes… porque se tem uma coisa que “As Anjas” é, é pulsante. Alegria, saudade, paixão… tudo pulsa forte quando se vive ou, como agora, se lembra. E eu lembro de algumas falas, de todos os rostos, dos figurinos, do cenário, de alguns encontros e de como era bom e eu ainda gosto tanto de ser a ‘irmazinha de Cadu’. Perdi a conta de quantas vezes entrei num teatro pra vê-las e de quantos amigos levei – alguns depois de perturbar muito antes e durante o espetáculo por ficar adiantando algumas falas. Fã chata, confesso. Mas admiradora apaixonada, garanto.” Karol Vieira – Bibliotecária

“‘Juntas estamos, juntas ficaremos…’. Não sei quantas vezes ouvi esse grito de guerra. Não sei contar quantas gargalhadas dei. Não sei quantas vezes me emocionei e me surpreendi. ‘O tempo passou e eu sofri calado, não deu pra tirá-las do pensamento’, quem as viu,  não consegue. A história ainda esta viva e dela trouxe referências pra vida.

Constança. Maria Luisa Martins

As Anjas,  tão pastelão,  tão drama mexicano, tão briga de vizinho, tão a casa caiu,  tão cheia de talentos, tão a nossa cara, marcou nosso imaginário e nos fez felizes em prestigiar.” Gustavo Marques – Historiador

As adpatações no texto, construido pelas próprias atrizes foram o grande diferencial para o sucesso da montagem. Mesmo sem muito amadurecimento profissional, As Anjas, intuitivamente, conseguiam trabalhar a comédia tetral de forma arrojada e dinamica. Em uma paresentação de despedida, realizada no Teatro Rachel de Queiroz em Crato, o grupo lotou sessões e arrancou lágrimas emocionadas dos fãs que se colocavam como órfãos naquele momento, pelo anunciado fim da tragetória. Tempos depois o grupo se reuniu novamente com a mesma energia e o mesmo sucesso. A equipe confrateriza ainda hoje como uma espécie de clã. A amizade e carinho de todos é pulsante, dando continuidade as sete anjas do apocalipse, mesmo que fora dos palcos.

Denise. François Alcantara.

Algumas mudanças foram feitas no decorrer do tempo e para que ninguém fique de fora, listamos aqui as atrizes que passaram pela montagem nesses 12 anos:

Rita Cidade: Afonsina/ Angelina
Paula Mineia: Amélia
Erika Souza: 1ª Eulália
Irany Vieira: 1ª Penha
Maria Luísa Martins: 1ª Constança
Debora Santos: 1ª Deise
François Alcântara
: 1ª Denise
Muriel Paulino: 3ª Deise/ 2ª Eulália
Francilene Calixto: 2ª Deise/ 2ª Penha
Katyússia Fernandes: 4ª Deise
Tatiane Araújo: 2ª Denise
Arlet Almeida: 3ª Eulália
Bertha Lúcia: 2ª Constança.

Curiosidades: Mirela Tavares, fez Angelina nas primeiras apresentações no prólogo quando As Anjas ainda estavam no colégio.

No dia da sessão de Fotos para divulgação da estreia, a atriz Debora não pode comparecer e Sara, uma amiga do Diretor Mauro fez a Deise no ensaio:12318463_469272279919295_1265839214_o

 

Uma amizade, um segredo, doze anos…

Você assistiu a esse espetáculo? Conte-nos suas sensações.

*Como era chamado Cadu Vieira, iluminador de As Anjas.