Audiência resulta em promessas e hospitais continuam sem perspectivas

Instituições de saúde passam por dificuldades há mais de 10 anos (HSA, HCC e HMSVP), a falta de recursos afeta o atendimentos dos pacientes SUS.




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Audiência resulta em promessas e hospitais continuam sem perspectivas

Após mais de quatro horas de uma audiência pública com prefeitos do Cariri, vereadores, secretários de saúde, deputados estaduais, David de Raimundão e Guilherme Landim, o presidente da Câmara Municipal de Barbalha, Odair Matos, imprensa, sociedade civil e diretores dos Hospitais São Vicente, Santo Antônio e Coração, o secretário de saúde do estado, Dr “Cabeto”, encerrou, na manhã de ontem,  (26), dizendo “volto ao Cariri em janeiro para apresentar propostas aos hospitais especializados da região”; a sessão foi proposta e presidida pelo Dep. Fernando Santana.

Os três hospitais a que o secretário de saúde do estado se refere, são as unidades de Barbalha: Hospital Santo Antônio (HSA), especialista em neurologia, Hospital do Coração (HCC) e Hospital e Maternidade São Vicente de Paulo (HMSVP), referência em oncologia. O médico, Carlos Roberto Sobrinho, atual secretário da pasta do governo Camilo Santana, apresentou realidades distintas, como: limitações do sistema público de saúde do Ceará, o teto financeiro, bem como inovações para o primeiro semestre de 2020, o “IntegraSUS”, que deve modernizar o atendimento dos cearenses por meio de uma integração entre municípios e estado.

Segundo os administradores das instituições de saúde que passam por dificuldades há mais de 10 anos (HSA, HCC e HMSVP), a falta de recursos afeta o atendimentos dos pacientes SUS. As unidades têm capacidade de atender mais gente, no entanto, o dinheiro que recebem não custeia a quantidade de pessoas que busca o serviço hospitalar em Barbalha; esse número chega a ser três vezes maior, do que a verba federal-estadual banca.

Egberto Santos, gestor de projetos da Fundação Otília Correia Saraíva, mantenedora dos hospitais HSA e HCC, apontou como uma das maiores dificuldade enfrentadas, o fato de que o Sistema Único de Saúde (SUS), não acompanha os reajustes orçamentários há mais de 20 anos, como por exemplo, o valor pago por consultas, exames, cirurgias e insumos para os procedimentos. “Como consequência disso, a oferta se torna muito inferior à capacidade real oferecida pelos hospitais, como por exemplo, mais de 100 pacientes numa fila de espera por cirurgia do coração. Quando, o HCC tem capacidade para dobrar o atendimento cirúrgico, mas não tem quem “custeie”, quem pague a conta. É por isso que estamos sempreno vermelho ou no limite, porque tem situações que temos que atender, principalmente as cirurgias de emergência. Então, a conta tá ficando para o hospital, que atende o paciente SUS fora das “vagas” que a verba cobre.”

Além disso, o investimento nas unidades de saúde, se comparado à demanda de pacientes, é muito abaixo do esperado. “Esses hospitais de Barbalha são referência para mais de 2 milhões de habitantes em mais de 50 municípios do Ceará e estados vizinhos. Se a gente parar de atender, com as dificuldades financeiras que passamos, os pacientes do interior terão que ir todos para capital. O estado entraria num colapso da saúde pública”, alerta Egberto.

Via Commonike