Bolsonaro defende “impor” modelo de educação militar e Governo anuncia 216 escolas até 2023

O Governo anunciou ampliação do número de unidades escolares para aderirem ao modelo militar.




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Bolsonaro defende "impor" modelo de educação militar e Governo anuncia 216 escolas até 2023

Foto: Daiane Mendonça – Rondônia

O Presidente Jair Bolsonaro lançou na manhã desta quinta-feira (5) o programa nacional das escolas cívico-militares. Bolsonaro defendeu a imposição do modelo de educação militar para as pessoas não “dependerem” de programas sociais “até morrer”.

O Governo prevê 216 escolas até 2023. De acordo com o Ministério da Educação, professores civis continuarão responsáveis pela sala de aula. Atualmente, o Brasil tem 203 escolas desse tipo, em 23 unidades da federação.

No entanto, Bolsonaro não detalhou qual seria a relação que ele vê entre o atual modelo de escolas e a “dependência” de pessoas de programas sociais.

“Não tem que aceitar não, tem que impor. [Se o aluno] na prova do PISA [avaliação internacional] ele não sabe nem uma regra de 3, não responde pergunta básica, não tem que perguntar para o pai irresponsável nessa questão se ele quer ou não uma escola com uma militarização. Tem que impor, tem que mudar. Não queremos que essa garotada cresça para ser pelo resto da vida dependente de um programa social do governo.” afirmou o presidente na cerimônia de apresentação do modelo.

O presidente Jair Bolsonaro em discurso durante lançamento do programa nacional de escolas cívico-militares — Foto: Reprodução/EBC

Apesar do tom impositivo, o Ministério da Educação (MEC) deve indicar o projeto e este deve ser incrementado por adesão ou não de governos e também da comunidade escolar.

O ministro da educação, Abraham Weintraub disse esperar que o modelo alcance 10% das unidades escolares do país, que tem cerca de 140 mil escolas atualmente.

Adesão ao projeto

De acordo com o Ministério da Educação, os 26 estados e o Distrito Federal devem indicar de 6 a 27 de setembro duas escolas que poderão receber o projeto-piloto das escolas cívico-militares a partir do primeiro semestre letivo de 2020.

Os colégios devem ter de 500 a mil alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental ou médio. A comunidade escolar terá de aceitar a mudança no perfil das escolas. O ministério definiu que estados e municípios terão de fazer uma consulta pública sobre a adesão ao programa.