Decisão que proíbe transportes alternativos de outros estados virem a Juazeiro, prejudica universitários

A decisão da ANTT também afeta o setor de comércio, consultas médicas e outros serviços em Juazeiro do Norte, diz CDL.




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Decisão que proíbe transportes alternativos de outros estados virem a Juazeiro, prejudica universitários

Foto: Reprodução

Nova norma da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), proíbe que transportes alternativos realizem viagens interestaduais de passageiros para Juazeiro do Norte. Em resposta, no último dia 5 de setembro, a CDL de Juazeiro do Norte se posicionou e enviou um ofício para as esferas municipal, estadual e federal para que a decisão fosse revista.

De acordo com a diretoria da CDL, todos os dias, centenas de passageiros de outros estados são trazidos por esse tipo de transporte, e que são eles que movimentam a dinâmica do setor de comércio da cidade do Padre Cícero, além de consultas médicas e de outros serviços. Segundo nota publicada no site da CDL, Juazeiro do Norte recebe, por dia, cerca de 500 topiques de várias regiões.

São também os chamados “topiqueiros” que são responsáveis por trazer diariamente estudantes para diversas instituições de ensino. Atualmente, o Cariri cearense se destaca como pólo de ensino superior do Estado do Ceará, e Juazeiro do Norte, por sua vez, como a principal cidade universitária da região, com instituições públicas e particulares que recebem diariamente estudantes de perto ou de longe.

Com essa norma da ANTT, vários estudantes ficaram impossibilitados de vir para as aulas. É o caso da estudante de Serviço Social, Déborah Mathias, 38, moradora da cidade de Bodocó (PE), que diz que há duas semanas ela e mais 44 universitários ficaram sem transporte, uma média de 15 alunos por topique.

O percurso de Bodocó a Juazeiro do Norte é de 130km, uma duração de mais ou menos, uma hora e quarenta minutos, podendo chegar até duas horas em dias atípicos, por conta das condições da estrada que liga as duas cidades.

“A gente teve que dividir combustível de carro, para poder não perder prova, nem aula, mas nem todos puderam vir”, comentou Debóra em entrevista ao Foopost.

Ainda de acordo com a estudante de Serviço Social, o valor pago aos três transportes alternativos, é dividido entre a Prefeitura de Bodocó (70%) e os universitários que utilizam as topiques, em média R$130,00 a R$140,00 por aluno.

Na manhã desta terça-feira (17), na sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Bodocó, foi discutido a situação dos transportes universitários da cidade, e como encaminhamento, o responsável pelos transportes do município, foi convidado a participar da sessão da próxima semana e buscar outras alternativas para não prejudicar os estudantes universitários da cidade.

Até o momento, a ANTT não voltou atrás com a decisão, mantendo proibido o fluxo de transportes alternativos para a cidade de Juazeiro do Norte.