Maria da Penha: Cidadã do Cariri

Um feito inédito na na região, onde uma pessoa recebeu o título de cidadã das três principais cidades do Cariri: Crato, Juazeiro e Barbalha




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Maria da Penha: Cidadã do Cariri

Fotos: Redação Foopost

Na noite da última terça, (11) foi realizado no Centro de Convenções do Crato um evento celebrando os 13 anos da Lei Federal brasileira, cujo objetivo principal é estipular punição adequada e coibir atos de violência doméstica contra a mulher. Decretada pelo congresso nacional e sancionada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 7 de agosto de 2006, a lei entrou em vigor no dia 22 de setembro de 2006. Desde a sua publicação, a lei é considerada pela organização das Nações Unidas (ONU) como  uma das três melhores legislações do mundo no enfrentamento à violência contra as mulheres. Além disso, segundo dados do instituto de pesquisa econômica aplicada (Ipea), a lei maria da penha contribuiu de forma significativa para uma diminuição na taxa de homicídios contra mulheres praticados dentro das residências das vítimas.

Mulher de lei

Público no de convenções do Crato assistindo o show Mulher de Lei de Tião Simpatia
Público no de convenções do Crato assistindo o show Mulher de Lei de Tião Simpatia

O evento foi aberto com o show Mulher de Lei, do poeta popular Tião Simpatia, mesclando música, cordel e cidadania.

O evento realizou um feito inédito na na região, onde Maria da Penha Maia Fernandes recebeu o título de cidadã das três principais cidades do Cariri: Crato, Juazeiro e Barbalha.

Maria da Penha transformou sua existência na luta pelos direitos das mulheres que sofrem com a violência doméstica. Quando em 2001, conseguiu que a comissão interamericana de direitos humanos da organização dos estados americanos condenasse o brasil por negligência e omissão pela demora na punição do marido, que fora seu agressor plantou a semente para em 2016 termos a sanção dessa lei revolucionária.

Maria da Penha recebeu das mãos dos representantes das câmaras municipais o título de Cidadã de Barbalha, Crato e Juazeiro do Norte.

A Lei não existe para punir “O Homem”, e sim “O Agressor”

Maria da Penha em entrevista no Crato
Maria da Penha

Em sua fala Maria da Penha reafirma que a lei que leva o seu nome não foi criada pra “punir os homens”, mas sim para punir os agressores de mulheres, chama atenção aos gestores municipais das cidades sobre a instalação de “pelo menos CRMs” em todas, também do compromisso do governo do estado do Ceará na criação de Casas da Mulher Brasileira, apoio as vítimas de violência, ressalta ainda a importância dos movimentos de mulheres aqui da região do cariri, na luta de enfrentamento a violência contra a mulher.

A criadora do projeto de Lei que concedeu o título na cidade Juazeiro do Norte, a vereadora Jacqueline Gouveia, contou está muito feliz com o momento e acrescenta: “Sou muito fã dela, o seu trabalho me inspira, sei que é uma luta árdua”.

“É muito difícil acabar com a violência. Infelizmente, no ano passado tivemos um crescimento no feminicídio, mas se isso já acontece com a Lei imagina sem ela. Se a Lei existe, ela tem de ser divulgada”.